Os cães já são seres especiais pela fidelidade e o carinho incondicional que eles doam, e certamente pela contribuição para que seus donos se tornem pessoas mais felizes. Mas esse companheirismo vai mais além em suas consequências e pode ter ganhos clínicos à saúde de pacientes, através da Terapia Assistida por Animais (TAA)
Esse contato com os animais, uma verdadeira parceria, é uma grande aliada no tratamento de pessoas com deficiência e pacientes de inúmeras enfermidades. Com essa terapia, o animal se torna parte do processo de cura e melhora dos quadros de saúde dos assistidos.
A especialidade surgiu na Inglaterra, em 1972, com o objetivo de tratar os doentes mentais de um asilo psiquiátrico de Londres. Nessa época, os estudiosos começaram a se interessar pelos benefícios da relação entre os seres humanos e os animais, onde o amor que liga as espécies tem efeitos surpreendentes.
Hoje, essa terapia é muito utilizada em instituições de psiquiatria, cardiologia e ortopedia, entre outras, onde cães e cavalos tem influência significativa nos resultados do tratamento, através do contato e da companhia diária, passando segurança e conforto aos pacientes.
Saúde física, psicológica e emocional
Entre os benefícios que resultam da TAA estão a saúde física, psicológica e emocional, coordenação motora e desenvolvimento da memória. Também ocorrem a redução da frequência cardíaca e pressão arterial e o aumento da liberação dos hormônios ligados ao prazer e ao bem-estar.
A terapia, que recebe a cada ano investimentos da comunidade científica em função dos resultados altamente positivos, ainda engloba os efeitos, como a distração e recreação, favorecendo o entretenimento e as oportunidades de motivação.
O cão de serviço pode oferecer o apoio para a autonomia e independência do indivíduo em seu cotidiano, como um sono reparador, a realização de atividades básicas diárias, como tomar banho e embarcar em um ônibus, que antes eram motivo de estresse.
Muitas vezes, os beneficiários da terapia que têm déficits sociais acabam se tornando pessoas ativas na comunidade, quebrando barreiras antes intransponíveis, e enfrentando locais ou atividades que eram sinônimos de medo e incapacidade.
Cães ajudam autistas
Os cães auxiliam muito no tratamento de uma pessoa autista. No caso das crianças, o animal pode ser um acompanhante constante no cotidiano do paciente melhorando a qualidade de vida e o relacionamento da criança com o seu meio.
Eles podem cuidar da segurança física da criança, pois treinados como animais de serviço, podem mantê-la sempre ao seu lado, evitando fugas e que ela corra perigo longe do animal. Os cães levam as crianças para um lugar seguro no caso de riscos a sua vida, como a ocorrência de incêndio, por exemplo.
O cachorro também pode evitar que a criança coma o que não pode, como terra, giz ou outras coisas que farão mal a sua saúde. Outro ponto importante são os atos de autoagressão do indivíduo, como bater a cabeça ou se arranhar, que podem ser reduzidos pelo animal.
As manifestações explosivas da criança autista, como crises de ansiedade ou terrores noturnos, podem ser amenizadas com a TAA. Nesses episódios, o cachorro é treinado para rastejar no colo da criança, movê-la para outro ambiente ou mesmo manifestar de forma intensa o afeto para bloquear esses comportamentos.
Autoestimulação, como gestos agitados das mãos, balanço do corpo ou sons vocais repetitivos, podem ser suspensos pela atuação do animal, que, com sua presença e treino, desvia o foco da criança para ele.